Mudanças...

Digníssimos Irmãos e irmãs
Muita Paz e muito Bem!!!

Estamos atravessando um período de grandes mudanças.
A tecnologia deu um enorme salto, unindo as pessoas ao redor do mundo.
Os bens materiais estão cada vez mais atrativos, pois, estão conseguindo estimular os nossos sentidos de uma maneira, antes, inimaginável.
Porém, nunca fomos testemunhas de tantas catástrofes, sejam elas naturais ou não.
O ser humano está passando por um confronto interno de grande magnitude. Ao mesmo tempo que somos capazes de promover a vida com toda a sua maestria e dignidade, podemos aniquilá-la das formas mais brutais e insanas.
O que estaria acontecendo? Estaríamos voltando a época que éramos guiados apenas pelo nosso instinto?
Segundo o dicionário Aurélio instinto significa: fator inato de comportamento dos animais, variável segundo a espécie, e que se caracteriza, em determinadas condições, por atividades elementares e automáticas.
Diante disso vamos analisar a seguinte situação:
O sinal vermelho acende e o homem para o carro; neste instante parece na calçada um pequeno animal que ele constatou ser um rato, só que este roedor tinha algo na boca. Uma cena que foi desagradável aos olhos do motorista, que pensou: ele deve estar levando uma presa para devorá-la em seu ninho; vou passar por cima deste nojento animal.
Mas, quando foi possível observar de mais perto, o cidadão conseguiu, realmente ver, qual o objetivo daquele movimento.
O que o rato tinha em sua boca era um outro da sua espécie só que ele era cego, e por isso não poderia atravessar a avenida sozinho, então o seu irmão o levou para o outro lado.
Uma atitude nobre vinda de uma criatura que não poderia, segundo o nosso julgamento, realizá-la, uma vez que ela não tem uma consciência.
Consciência? Nós humanos temos!!!
Mas porque é cada vez menos freqüente exemplos como o que o nosso irmãozinho nos deu?
Nós, que estamos tentando seguir um determinado ideal de vida, o que estamos fazendo para amenizar este embrutecimento do ser humano?
Antes, o que podemos fazer para evitar o nosso próprio enrijecimento?
Acredito que temos uma missão muito importante neste período da nossa existência, e mais ainda, nos tempos que virão.
Temos que encontrar os subsídios necessários para a descoberta do nosso deus interior, para só assim, ajudar aos que estão a nossa volta a fazer o mesmo.
Todos tem o direito de ter o seu próprio “encontro divino”, independente de qualquer barreira que possa ser imposta, seja através de pré-julgamentos ou fundamentalismos dogmáticos.
Com certeza muitos de nós poderíamos dar exemplos de pessoas que não tem nada, materialmente falando, mas que através do olhar, do sorriso e das atitudes, nos revelam a face de Deus; pessoas que não sabem o que é liturgia, que não tem o mínimo conhecimento das leis e das regras canônicas, mas que vivem, literalmente, a sua espiritualidade chegando cada vez mais perto de tornarem-se divindades.
Quem entre nós já passou fome, e não tinha nada para comer; quem já passou frio e o máximo em cima do corpo era uma bermuda esfarrapada que alguém “caridoso” doou.
É muito fácil termos fé quando vivemos em uma família estabilizada, aonde não nos falta nada; termos fé diante de pessoas que compartilham da nossa ideologia; termos fé dentro dos limites físicos de um templo.
Mas há quem chegue em casa, se é que podemos chamar de casa um lugar inundado pela miséria, e encontra a mãe alcoólatra espancando a irmã mais nova por ter denunciado o pai de abuso sexual; o irmão mais velho nada pôde fazer, pois, está na prisão por ser traficante e usuário de drogas.
Mesmo diante de uma situação avassaladora como esta, contrariando todos os julgamentos possíveis, esta pessoa consegue entrar em contato com sua parte divina,; não fazendo afirmações como: é porque Deus quer, ou: é a vontade de Deus; mas percebendo que não é no conformismo que encontrará consolo, e sim na certeza de uma superação que brotará da fé em si mesma; na sua capacidade de sobrevivência espiritual.
Isso é Evolução.
É evidente que no momento em que optamos por uma ideologia para nortear os nossos pensamentos, temos que tentar vivê-la em todos os momentos e circunstâncias; mas isso tem que ser feito com muita coerência para que não corramos o risco de nos tornarmos vítimas e ou propagadores de algum tipo de radicalismo destrutivo.
Defender o que acreditamos é um direito que só faz sentido quando expandimos, na mesma proporção, a nossa visão de mundo; quando fechamos velhos círculos dando início a novos; quando rompemos barreiras e principalmente quando deixamos de construí-las.
O nosso dia a dia é muito barulhento, devemos aprender a fazer silêncio com as pedras como o nosso irmão Francisco sugeriu, só assim escutaremos o que o universo quer nos dizer; o que ele quer nos mostrar.
Nunca devemos nos esquecer de que fazemos parte de um grande projeto, e que um dia estaremos, para sempre, em comunhão com a força criadora que a tudo guia.
Que o Grande Sol Central do Universo nos abençoe e nos transforme em mensageiros da verdadeira paz e do sagrado bem por toda a eternidade.


Carlo Guiseppe
Fraternidade Madre Trautlin - Areia/PB

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